VIDAS BARATAS
VIDAS BARATAS
São os comerciantes de carne
E até aos ossos, senão o cerne,
Idealizam montar um negócio,
Por soberbo palco de conflito,
Com quem a vida é tão barata
E fazendo disso o melhor ócio...
Tudo isso ultrapassou um mito,
Em quão alimento de fortunas,
Pouco importa quem se abata
E se no sangue lavam as unhas!...
Escondidos, por trás das dunas,
Fazem contas e metem cunhas,
Sempre vendendo argumentos
E jogando, às cartas, as cabeças...
Nas mangas omitem os tentos,
Deitados no mundo às avessas,
Explicando que tudo esqueças
E que não são o que tal pensas!...
Lançam-se homens ao combate,
Vendem-se vidas de tão barato,
Porquanto são carne para abate
E monta-se a banca em aparato...
Mandam seus filhos às compras
E avisando que não se enganem,
Seja no trilho e norte às guerras,
Que não deles, tanto nas armas,
Em tais quantidades, por sobras
E sendo do melhor que matem!...
E se o negócio está já avançado,
Barata é a vida dum desgraçado!...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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