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VIAGEM SEM REGRESSO

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VIAGEM SEM REGRESSO

 

Por norma e quando morrer,
A este universo doarei tudo,
Sem direito a reclamar.
No quanto que levarei,
Serei aquilo que cá deixar...
O sonho, ilusão, sofrimento,
Lágrimas de um tormento,
A obra e a arte, dedicação
E um orgulho de quem sou,
Árvore que nunca abanou,
Nascente que rostos lavou,
Rio que águas levou,
Argila que a mão moldou;
Quem nunca a besta beijou,
Nem a um deus se entregou,
Em tal mundo de confusão...
E quantas vezes comendo,
Entre quimeras engolindo,
O pão que o Diabo amassou.
Serei a pedra no cimento,
Argamassa do que sei,
Pintura de cal luzidia,
Palavra na voz de um mudo,
Mestria nalgum saber,
Luz da alma, noite e dia,
Punho de qualquer momento
E estando sempre por perto.
Serei tudo, menos paspalho!...
Rocha, por entre o cascalho,
Água fresca no deserto,
A chama, em noites de Inverno,
Extrema-unção dos pecadores,
Antes de partirem pro Inferno...
Segredo de quantos amores!
Deixarei saudades,
No meio de algumas certezas
E quantas mais incertezas,
Por entre muitas verdades...
Levarei tudo, sem levar nada!
Por tamanha minha vontade,
Espalharei força, recados,
Em prol dos desgraçados,
De qual vida malfadada
E à mão de tanta maldade.
Partirei, no desejo de regresso
E por lamas que não confesso,
Nem nas linhas de um verso...
Serei saudade do controverso
E, em tudo o que cá deixo,
Pouco sendo o que me queixo.
Não querendo ser plural
E muito menos ser igual,
Tudo me soube a pouco...
E deveria ser mais louco!

 

( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.

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