VENTOS SINFÓNICOS
VENTOS SINFÓNICOS
Vento!... Ventos, que falam esperança,
Numa certa vontade de bonança,
Mas varrendo tudo o que sopram
E dança das folhas que sobram...
Vento, que vence a poeira do caminho,
Levando tudo a eito, ou de mansinho...
Vento, indiscreto, que levanta a saia,
À aventureira donzela da praia.
Vento, que penteia os mais belos cabelos,
Que ondula a crina dos cavalos,
Soltos, na frescura dos prados
E, pelas águas que trazes, regados...
Que refresca os rostos que contorna,
Que acaricia aquele corpo que adorna,
Se mostra atrevido e irrequieto
E o sinfónico silvo é de seu predilecto.
Ah, vento e que tanto já tardavas,
Prisioneiro da torre onde moravas,
Lá no alto do infinito e que agora desces,
Transportando a água que nos ofereces!...
Vento... e que não equaciona a desgraça,
Quantas e demais cenas sem graça,
Mas, por tal chuva tocada, será razão,
Naquilo que vier a ser pão!
Vento, que uiva e sem ser lobo,
Que é orquestra por todo o globo,
Cura, de quem já não saiba sorrir
E de quantos o queiram ouvir...
Águas santas, em terras enfermas,
Nos ventos, que encorajam almas
E que nos são bons prenúncios...
Melódicos tons, ao longo dos rios!
Ventos e águas, em tardes calmas,
Que no meu corpo me são chamas,
Em simbiótico acerto e ternas danças
E que à janela me são lembranças...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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