VELHO, AOS TEUS OLHOS
VELHO, AOS TEUS OLHOS
Afirmam os jovens, que sou velho!...
Cabelo grisalho, umas tantas rugas,
Aceitando, mas nunca metido em drogas
E sempre pelo melhor conselho!...
Serei velho, aos olhos desses jovens,
Feito idoso, pelo decorrer do espaço,
Porém, ensinando nalgum cansaço
E no deslizamento de certas nuvens!...
Sou velho, embora velhos sejam trapos,
Mas não velho como demais mais novos,
Sinto o vigor, o caminho que percorro,
Não andando como os jovens, de zorro!...
Assim, me vou fazendo ao caminho,
Tanto se me importa acompanhado, ou sozinho,
Na minha liberdade de pensamento e motas,
Um tanto diferente daquilo que notas...
E se é que notas, no teu escárnio apontado,
O qual, para ti, não sou só velho, mas ultrapassado,
Na maior das corridas e na qual te alcancei,
Ultrapassei e sem agradeceres o que te dei!...
Sou velho, mas não tanto como o que és,
Embora me olhes de viés,
Na inveja daquilo que sou e cujo nunca serás,
Tal vendido ser, neste mundo em que andarás!...
Acorda, tu que és jovem, mas velho te tornarás,
Nessa tua soberba hipocrisia e ignorância,
Ao que, um dia, em horizontes por onde irás,
Tudo terás esquecido, até mesmo a arrogância!...
Assim sendo, não me consideres pelo que vês,
Tampouco pelo que nisso crês,
Pois, a vida e o que vemos, é uma ilusão,
Pelo caminho e luz, num final de colisão!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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