TOIRADAS À PORTUGUESA
TOIRADAS À PORTUGUESA
Vou dedicar-me à tourada
E tourear, mano a mano...
Por detrás, virão as bestas,
Ao contrário de outra pega.
O massacrado serei eu,
Pelo campo da arena,
Nesta ideia que me deu,
Numa bebedeira serena
E seguidas horas de pandega...
Bem distintas, estas festas,
Feitas de garraiada,
Com sangue, limpo ao pano,
Expelido deste meu ser,
A cornadas de tais toiros,
Misturadas com os coiros,
Que se revezam com prazer...
E sou eu, o toureado,
Filho do povo e desgraçado,
Cheio de farpas no lombo,
Sem saber pra que lado tombo...
Tais bois, filhos de vacas,
Negoceiam essas farpas,
Que me enterram no corpo,
Já embrulhado num trapo!
São tradições, que vêm de longe
E das quais ninguém lhes foge...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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