TAIS PARECENÇAS...
TAIS PARECENÇAS...
Entre a corja, que se governam
E aos que entram pelo telhado,
Poucas diferenças os separam,
Quando colocados lado a lado.
Touros, pelo meio da manada,
Em busca dos melhores pastos,
De vez em quando à cornada,
Mesmo abarrotando de fartos.
Aves de rapina, em voo picado,
Escolhendo, lá do alto, a vítima,
E, nesse papel mais desgraçado,
Sem direitos ao que se lastima.
Raposas, já dentro da capoeira
E lobos inchados, de tão cheios,
Escolhendo quem, nessa fileira,
Será o próximo dos primeiros...
Predadores, nada respeitando,
Invadindo seja qual o território
E nunca olhando o outro lado...
Presas, num definido inglório.
E quem paga é o zé-povinho,
Aos demais e que se enchem,
Enquanto uns bebem o vinho,
Outros, à fome, que se lixem.
Triste a dança que nos deixam
E a música que ao ouvido dão,
Para os que nunca se queixam,
Melodia, num toque de violão.
No que nos resta e por direito,
Sobram-nos as côdeas do pão,
Enquanto mais nada for feito,
Contra essa seita dum cabrão...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.