SOL DE PARTIDA
SOL DE PARTIDA
Meu sol, que foges, nesta tua madrugada,
Leda, mas sombria e tão pluviosa partida,
Neste cinzento dia, nesse regaço de chuva
E te afastas na imensidão do teu caminho,
Que percorro, na distância e no meu olhar,
Preso na confusão e inércia do meu andar.
Tanto maior será o sonho do meu destino,
Enquanto para aqui ficar, rosto de menino,
Em promessas de quimera e por tão belas,
Acreditando no que me diz o arco-celeste,
Traçando no céu a imagem que me deste
E que teimas em reinventar, obra de diva,
Num espaço feito à tua medida, de cristal,
Arquitectado no tempo, na beleza natural
De quem quer seguir em frente, pra longe
E para prometida dimensão, que me foge,
Pois que por aqui ficarei, calmo e sozinho,
Lendo, nalgumas entrelinhas da saudade,
Algo que tão bem sei, de menos vontade.
Nesta luz, tão encoberta à tua despedida,
Fica um regresso, uma esperança sentida,
Mais uma, já de muitas, tal como aquelas
E que no decorrer dos tempos já conheço
E relembro à noite, enquanto adormeço...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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