SOBRAS DE MISÉRIA
SOBRAS DE MISÉRIA
Enquanto para uns sobra,
Numa fartura acumulada,
É certo que a outros falta,
Por entre sobras de nada...
Pavões, num auto-estrada
E sangue branco na artéria,
Esquecendo toda a miséria
No meio de tanta pedrada;
Donos de quanta manobra,
Numa escuridão de ribalta.
Fazem-se autores de tudo
E que não haja para fazer...
Na desgraça, é tudo surdo
E o alheio é para esquecer.
É a boa-vida que interessa,
Os demais não vos lembra,
Ou nem o tencionais saber...
São orações de outra missa!
Nós, pobres figuras de cera,
Ou meros animais a sofrer...
Que interessa tal sofrimento
E se não vos toca pela porta,
Nem tampouco vos importa
As vozes dum qual lamento...
Sobra-vos, o que não temos,
Num problema que é nosso;
Por tanto mais que rezemos,
Nunca ouvireis um pai-nosso!
Num acatar das vossas sobras
Seríeis obra, de poucas obras...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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