SEVERA REALIDADE...
SEVERA REALIDADE...
Dura realidade e nunca foi, nem será, quem semeia, que come os frutos do seu suor...
E resta-nos fazer por tal, não comendo com quem colhe, mas com quem semeia!...
Sentando-nos à mesa, comendo do trabalho que nos foi e nunca de quem não teve,
Tão-pouco terá e nunca deu valor ao sangue, suor e lágrimas, de quem trabalhou!
As palmas das mãos falam por todos e quanto se dobram, a quem não ouve clamor,
Nem repara nos calos endurecidos, ao que a pele já não sente, de tão rija se maneia
E esperando qualquer esperança, para si e para os seus, até que o destino os leve,
Ao além, sonhado paraíso, outras paragens de oferta, ao que aqui pouco encontrou...
Lavaram-se e somente, nas lágrimas que foram brotando, de um rosto desfigurado,
Agarrando-se a um peito, a qual estômago pedinte de comida, à fome abandonado,
Servido de promessas de quem se empanturra, não só de alimento, mas de boa-vida...
Pois que os escravos são obedientes, numa família para sustentar e sem outra razão,
Trabalho, casa e vice-versa, deixando sonhos para trás, sem início, nem conclusão
E que toda uma vida não passou de mascarada, numa morte de qual vida perdida!...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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