REFLEXOS DO QUE VÊS
REFLEXOS DO QUE VÊS
Não vejas os outros, vendo-te num reflexo!...
A ti, tu conheces-te, mas não quem mais vês,
Por mais que perfeito o desenho e complexo...
Tudo o que os demais são, é aquilo que crês,
Para além de toda essa tua correcta imagem
E não quanto demais deixam nessa miragem!...
Deixa-te de tão adocicada e mísera cegueira,
Porquanto o mundo nada mais é, desse real,
Cada qual puxando numa sua mais vil maneira...
Acorda, tanto que não nasceste para serviçal!...
Sei e reconheço, todo o teu honesto conselho,
Crendo serem todos teu aventurado espelho!...
Mas, a realidade e por mais que nos seja dor,
É tanto injusta, pelas mais pisadas do inferno
E, naquilo que tanto acreditamos, o tal amor,
Nada mais diz, a que lenha a arder no Inverno...
Ardendo até ao final, acabando em noite fria,
Regelando esse teu corpo, até severa agonia!...
Tudo, à nossa volta, não mais é que reflexos,
Ilusões, crenças, desilusões, demasiado mais
E confuso, fazendo parte dos nossos desejos,
A quantos esquecidos e transeuntes animais...
Mas os passos marcam o trajecto da verdade,
Ao que, tanto tu, seja eu, sejamos a vontade!...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( https://youtu.be/hA0b4eZTlrA )
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