RECOLHA DE LIXO
RECOLHA DE LIXO
Esta madrugada, vou trabalhar no lixo,
Pegar num camião e pôr-me à estrada,
Varrendo quanta escumalha encontrar,
Horas e horas, seguidas, sempre a eito,
Mesmo que cansado e me doa o peito
E, quantos mais encontrar, irei convidar,
Para que me ajudem, por esta jornada,
Por becos, cantos, em nada ao desleixo...
Há que limpar os restos de certo vento,
Palavras e escritas, à solta, do convento,
Que descambaram na rua, profetizadas,
Num óptimo tom e melhor temperadas,
Cheias de promessas e inúteis intenções,
Pois que nada mais de que tal passaram,
Pelo que conhecemos, nas piores razões,
Mas que para o engodo nos convidaram...
Irei varrer as escadas, para não tropeçar,
Na merda, de quem, no decorrer, entrar,
Mesmo não importando ao que vai fazer,
Pois que, de fora fica, quem se irá foder...
Finda a jorna, irei despejá-los no aterro,
A única terra que os recebe por enterro!
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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