QUEM SOU, NAQUILO QUE PENSO
QUEM SOU, NAQUILO QUE PENSO
Quem sou eu,
Se tal não fosse, sendo quem sou
E neste tanto de meu, que este encéfalo me deu?...
Seria, eu, quem tu és,
Fraco, ao que este Universo te doou,
Traçado em recta, num tanto de viés?...
Quem sou, naquilo que penso,
Se é que penso, pelo que esqueço?...
Ah, já não sei, nem nunca tenha sabido,
Tampouco venha a saber,
Tudo o que houve de perdido
E sem que o tempo me o sirva de beber!...
Quem sou, acordado, enquanto adormeço,
Pelo mais profundo e demais tenso,
Pensamento no que sou, olhando o firmamento,
De quem não sou, por lamento?!...
Quem sou eu, nesta diária interrogação,
Nocturna clara visão,
Por túneis da incerteza,
Numa tão escura clareza
E penumbras de confusão,
De luas e sóis, sem solução?...
Quem sou, fica a questão,
Ao que possam ser quem quiserem,
No vosso melhor e qual preferem,
Porém, sem que me interesse a resposta...
Sou quem sou e tal me basta,
Se filho de um deus, ou da besta,
Tão-pouco importe quem de mim gosta...
Assim sou eu, por peculiar sugestão!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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