POR ESTRADAS QUE SIGO
POR ESTRADAS QUE SIGO
Seguindo a ardente bola de fogo, que me guia,
Bem lá para o fundo da estrada que percorro,
Miro as sobranceiras planícies que me ladeiam
E as distantes montanhas que me chamam,
As cegonhas que planam no infinito celeste,
Ou tais aves que se atravessam no caminho,
Nas suas soberbas liberdades, tal quanto eu,
Sonhando alegres mundos, nalguma utopia
E que, de mãos aos céus, brado mero socorro.
Por entre um trompejar da minha máquina,
Em toda esta pessoal e irrequieta quietude
E tamanha majestade deste meu percurso,
Nestes manifestados contornos de longitude,
Mergulhado em quanta imensidão e sozinho,
Absorvo, em minha memória, este prazer
E querendo acreditar que não será só meu,
Mas de quantos e que fazem simbiótico uso,
Por semelhante e onírico resplandecer
E demais oculto paraíso, tanto quanto este
E escondido de qual perversão assassina...
Pois que a Mãe Natureza é, de si, já débil
E a sua destruição rota deveras mais fácil!
... Eis que acelero, inclinando-me às curvas
E enquanto faço jus de alguma velocidade,
Num sacudido e fresco vento pelo rosto,
Deixando, para trás, esse perpétuo rasto
E uma suave brisa, nesta vibrante vontade
E enquanto as ânsias não me forem turvas.
Enquanto viajo e se despede o sol-posto,
Sigo neste delírio e muito de meu gosto...
Talvez que, um dia, encontre o tal paraíso,
Repartindo, com o mundo, sublime sorriso!...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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