PERCEBER E ENTENDER
PERCEBER E ENTENDER
Quanto mais te entendo, menos te percebo
E sem compreender, às vezes, o que queres;
Sei que me questionas e mais te interrogas,
Num jogo difícil de manobrar, em lance falso,
Mas também sei que não duvidas o que sou,
Nem mesmo o que quero perceber, sem aval.
Questiono, porque quero o que não me basta,
Pois sou iguaria, sabor refinado no melhor sal,
Escultura singela e esculpida à melhor casta,
Embora nalguma cantaria que de obra sobrou,
Passarela do teu piso no melhor sapato raso,
Sendo estas as minhas merecidas entregas...
E tu, mais que ninguém, bem me percebes,
Minha abelha-mestra da colmeia que lambo.
Questiona-me, que eu faço-me de surdo...
Hoje não te ouço, amanhã sou surdo-mudo.
Talvez um dia, - um dia! -, irei contar-te tudo,
Tudo o que não houver para que possas saber,
Todo o resto já tu sabes e não deves esquecer:
... Sou quem de melhor terás no mundo!
Com toda esta maravilhosa e arrumada razão,
Sou chaveiro, abro portas secretas do coração...
Esta é do meu!
... Posso abrir o teu?
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )