PELA MADRUGADA
PELA MADRUGADA
Pelo sol-nado, fresca brisa da madrugada,
Levanto-me e faço-me a passos à estrada;
Sinto os cabelos, num meigo, suave sopro,
Sacudidos ao vento, como crina de ginete
A galope e por qualquer planície distante.
Com todo o tempo, no meu passo a passo,
Determinado, destemido, neste compasso,
Nesta minha alma e no conceito que supro,
Limito-me por qualquer falha de acutância
E tão ascendente quanto maior a distância.
Transporto, comigo, uma genuína têmpera,
Que me suporta nesta vida e me torna fera,
Desígnio do maior rubro, na melhor frágua,
Na incandescência de demais interrogações
E que todos indagamos no seio das ilusões...
Neste percurso e numa mal arrumada fraga,
Vivo para o que tenho de melhor nesta saga,
Mergulhando ideias na mais purificada água,
Num deslumbro dos raios matinais, à solapa
E sabendo que pouco, ou nada, já me escapa.
( Manuel Nunes Francisco ©® )