PALAVRAS QUE VOAM
PALAVRAS QUE VOAM
Sigo o voo de algumas, minhas palavras,
Simples observações e que não contam,
Ou que ninguém gosta, por tão ásperas,
Ao que, na minha mente, se encontram.
E, se bem analisadas, demais modestas,
Para a razão e luta, a que se propõem,
Mas mais não sei e não querendo festas,
Sendo rimas e que, no âmago, corroem.
Nesse voo, espalham-se por tão longe
E enquanto se esfumam, ou esvoaçam,
Simples meditações dum mero monge,
Perdidas na oração que não alcançam.
Palavras que não deixam algum rasto,
De tão ténue que se espalha tal fumo,
Portanto e se cavalo alado não monto,
Segui-las e sem asas, a tal não assumo.
Deixo-as seguir, numa calma viagem,
Deixando que se espalhem, de soltas,
Livres e que deixem de ser miragem,
Para quem tanto sofre de suas voltas.
São tais e minhas palavras, que voam,
Sem nunca saberem por que destino,
Vibrando esperança por onde andam
E como quaisquer sonhos de menino...
São palavras, tolas, secas, mas nobres,
Oferecendo mais que meras esmolas,
A quantos que sofrem, de tão pobres
E carregando só lágrimas nas sacolas...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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