PALAVRAS E VERDADES
PALAVRAS E VERDADES
As palavras são lâminas, setas acutilantes,
Que cortam, ferem e rasgam conceitos,
Mesmo quando livres de defeitos,
Ao qual, após ditas, nada fica como dantes.
São cutelos, adagas, que penetram e marcam,
Fazem sangrar, na verdade e purgam
Naquilo que ninguém quer ouvir,
Sendo negado o quanto é de ferir...
São preferidas as falsidades,
Doendo quantas as verdades,
Neste mundo de credíveis contradições,
Paraíso de perfeitas e compradas ilusões.
As verdadeiras palavras, são pedras,
Que ninguém enxerga, ou quer aceitar,
Preferindo a poeira, lançada às vistas
Em simulado e quanto bem-falar...
No entanto, a falsidade é ácido que corrói,
Enquanto e ironicamente, a verdade dói,
Nalgum formatar de sistemáticas vidas
E mais que, erradamente, assumidas;
É como machado, caído pela cabeça,
Que, enquanto por alguns rejeitado,
Noutros entrando, como terrível doença,
Paralisia de quem, a tal, vai adormecendo...
Falsas palavras e argumentos,
São iscos, com os quais se vai pescando,
Sem quaisquer que sejam os sentimentos
E, de envenenado peixe, o balde se vai enchendo,
Lançado, seguidamente, ao mar,
Em constante envenenar
E alimentando os tubarões,
Sem se separar o veneno e as razões...
Não entender a verdade, é hipocrisia, arrogância,
É não saber distinguir entre o culto e a ignorância,
Não agradecer o teclar, o lápis, a esfera, a pena e aparo,
O papel, o mais diverso monitor, a ardósia e o singelo giz,
Na escrita de quantos nos chamam à razão, num reparo
E não tomar conta ao que inteligente burro nos diz!...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.