OUTRO CAIS
OUTRO CAIS
Diz-me, marinheiro, para onde vais,
Nesse teu percurso de incerteza,
Nalgum horizonte tão confuso...
Diz-me, desabafando as tuas mágoas,
Que ventos são esses, que te afastam,
Num barco feito às ondas e sem cais,
Por tão desconhecidas águas,
Nessa tua revolta tristeza
A todos quanto te abandonaram,
Em mares que deixaram de ser uso.
Diz-me se poderei ser tua bóia de salvação,
Nesse mar cruel e sem perdão
A quantos lhe são indefesos,
Numa dor de sal, feitos presos
Em turbulentas marés, amaldiçoadas
E cicatrizes de feridas mal saradas.
Diz-me que chamamento é tal, que ouves,
Como de sereia se tratasse,
Em altos-mares
E a paradisíaca ilha te chamasse...
Diz-me o que não sei
E que desde sempre ansiei...
Diz-me, que outros mundos possam existir
E para os quais, de bom grado, possa partir!...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.