ORIGENS
ORIGENS
Procuro estabelecer algum equilíbrio,
Algum bem-estar que me reconheça,
Confortante sonho que me adormeça,
Nalgum espaço em que me distancio,
Ou, se noutro, muito bem mais além,
Diferente sentimento que daí advém;
Se, num passado, noutro lado nascido,
No futuro, noutro espaço ter morrido,
O destino do mais comum dos mortais,
Pois que assim seja, certo e nada mais.
Serei sereno, em tal vigor do Universo,
Ao pó, tanto algo de mais controverso,
Pois que dele sou, seu malogrado filho,
O que restará da vida, como andarilho.
Serei pedra, areia em qualquer calçada,
Passeio que nela te sirva de protecção,
Serei a montanha, voz da minha razão
E, um dia, no meio de tantas vertigens,
No final de toda esta louca caminhada,
Aí, sim, regressarei às minhas origens...
( Manuel Nunes Francisco ©® )