O TEMPO QUE PASSA
O TEMPO QUE PASSA
Entrego-me no tempo,
Esse malvado, que passa,
Célere e se afasta...
Sacode-nos, sem compaixão,
Acaricia-nos de mansinho
E trama-nos com papas e bolos.
Corro a seu lado, por paixão
E sem nunca o abandonar,
Acreditando na promessa,
Em tamanha falaça,
De que não nos alcança...
Como somos tolos!
... E acelero o meu passo,
No seu ritmo e compasso
E cansaço, que me salta o tampo!
... Nessa sua pressa,
Fecha-nos a última porta,
Dessa rua e agora travessa,
De esguelha a norte
E qualquer sorte...
Ele, sempre meu vizinho,
Está-me prestes a condenar!
... Nesse seu veloz caminhar
E sem o conseguir acompanhar,
Eis senão quando me arrasta,
Pela mais curta via da encosta;
Para trás, por portas travessas,
Ficaram surpresas e promessas...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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