O QUE RESTA DESSA ARROGÂNCIA...
O QUE RESTA DESSA ARROGÂNCIA...
Sim, não ignoro!... Eu sei que me temem,
Respeitam e, quando surjo, até odeiam!...
Talvez porque apareço de inconveniente,
À socapa e quando menos me esperam,
Aquando desprotegidos e tão de repente,
Mas é assim, pra que de mim se lembrem!...
Agora choram, enquanto buscam soluções,
Esquecendo-se de quando tiveram tempo,
Mas não e eis ao que se deixaram arrastar!...
Primeiro, estava a arrogância, como tampo
E no qual se sentaram, nunca para meditar,
Vivendo absurdas e fúteis preocupações!...
Eram os luxos desmesurados, quão fictícios,
Produto do qual só restam as lembranças!...
E as mentiras de um qual bem escondido,
Tudo parecendo a sério, festas e festanças,
Naquilo a que cada qual andava rendido
E nalgum labirinto de emancipados vícios!...
Indago, onde rasteja todo esse dinheiro,
Esses carros, as vestes caras e telemóveis,
A derradeira geração de computadores,
O último grito desses supérfluos móveis,
A troca e consecutiva, de casa e amores,
Ao que, no fundo, não passas de rafeiro!?...
Por onde se manifesta esse então poder,
Pelo que pensavas ser o senhor de todos
E de tudo, a quanta indecência monetária,
Empurrando quantos e por severos lodos,
Vasculhando na subserviência partidária
E sem preocupação de quem irias foder!?...
Chafurdaste nos mais miseráveis negócios,
Deixando de lado tudo demais importante,
Construíste neutrões, a tal sofisticada arma,
Olhando de viés o fármaco e tão ignorante,
Permitindo manobra a tal paciente trama,
Levando-te à terra e a quantos teus sócios!...
Hoje, andas sem rumo, tal e qual quanto eu,
Desvias-te de mim, ao nojo que tenho de ti
E quando nos cruzamos, por algum passeio...
Tresandas de medo e nem tu, nem eu parti,
Compartilhando esse activo recíproco receio,
Que uma Universal Justiça assim prescreveu!...
Sim, pensa no que tens estado pra aí a pensar!...
Poderei ser esse vírus, a quem chamam Corona,
Ou, tão simplesmente, quem te fez estremecer,
Qual droga, talvez a tua necessitada metadona,
Pelos inquietos dias, em que te farei adormecer,
Ou tal desconhecido, sempre que voltar a passar!...
Serve qual descrito, somente para me apresentar,
Neste meu manifesto e por procuração de escrita,
Sabendo eu, porém, que pouco, ou nada, mudará,
Tamanha a sina de toda uma sociedade hipócrita,
Apontando todos os dedos a quem por mim falará,
Demasiados, pra lhe limpar o cu, quando tal cagar!...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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