NESTE GRITO ME REPITO
NESTE GRITO ME REPITO
Não me importa se me repito
No que escrevo ao momento,
Será mais forte esse meu grito
Ao que me vai no pensamento.
Sigo-me, nesta forte convicção,
Ausente de religião e políticas,
Escravo desta enraizada razão,
Sem sombra de outras míticas.
Repito-me neste meu rosário
E tal que por mais necessário,
Pois tanto é este meu desejo
Em ver algo que menos vejo...
Por isso me repito, bem alto,
A que todos me possam ouvir,
Neste anseio que vos reporto,
Louco por fronteiras de partir.
Acordo, num vosso adormecer
Em camas que a pouco levam;
Vazio, nesse vosso entorpecer
A vozes que não vos chegam...
Desanimo no quanto escrevo,
Nestas letras, soltas ao vento,
Águas quentes em que fervo,
Panos frios ao meu lamento...
Mas repito este meu pranto,
Num grito que não aguento
E tantos são meus clamores
Nestas chagas, tantas dores...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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