MINHA REFLEXÃO
MINHA REFLEXÃO
Em certos momentos e pensamentos,
Sinto-me um incontornável sacana,
O mais repugnante filho da puta...
– Coitada da minha mãe, vítima
E uma entregue temente a Deus! –,
Ela e como tantos dos seus...
Mas esta é a verdade, gelada e absoluta!
Moí-lhe o juízo, quando esta não merecia,
Deitando na mesa e ficando para última,
Comendo o restante, nos tormentos,
Que lhe eram sobra dia-a-dia...
E eram muitos, nesses tempos, em demasia,
Que se acumulavam em agonia!...
É este o meu purgatório de doutrina profana!
Olho para trás e desejo-me amaldiçoado,
Não pelo que sou, mas tanto pelo que fiz,
Sendo que algo me acorda e diz,
O quanto fui ingrato, nesse tempo abençoado.
Nestes, agora e pesados, actos de reflexão,
Sinto como se uma voz a chamar-me à razão,
Sem entender, no entanto, a dor desta altura...
Se são remorsos, ou alguém que me fez jura,
Num prazer e queima no Inferno,
Desde a pele, até ao cerno...
Eu, que até nem tenho muito para arder,
Mas muito mais, neste mundo, para roer!...
Nestes breves momentos de transposição,
Sinto-me tudo... inocente criança e cabrão!
... E quando me sento, neste raciocínio profundo,
Relaxo, sabendo que não estou só neste mundo!...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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