MIGALHAS DE PENSAMENTO
MIGALHAS DE PENSAMENTO
Hoje, procurei aquela tal vassoura
E a qual nunca idealizei ter à mão...
Sim, essa que um dia deitaste fora
E, como se fossem meras migalhas,
Varri algumas dessas tuas palavras,
Juntei-lhes um pouco de fermento,
Para o aumento de qualquer razão,
Adicionado à raiva de algum fervor
E lágrimas à mistura, de quanta dor,
Pelo dia, noite dentro, a toda a hora
E trabalhei a massa de pensamento,
Sem algum esforço de especulação...
Retalhei-a e em suficientes porções
E para que chegassem para quantos,
Famintos, por tantas e piores razões
E que quisessem usufruir deste pão;
Dei-lhe uma muito suave cozedura,
Suficiente para ser bem degustado
E pouco esforço, na falta de dentes,
Pois que as forças já são tão poucas
E tanto mais se perdem em prantos,
Nalgum fraco corpo de tantas bocas,
Viventes dum qualquer triste fado,
Nos mais perdidos sonhos distantes...
E, das muitas promessas de sermão,
Feitas por alguns mestres de ilusão,
Só das migalhas choram contentes
E adormecem, para dias evidentes!
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.