MENDIGANDO O DESTINO
MENDIGANDO O DESTINO
Sou um desprezível mendigo,
Um palhaço, de solas rotas,
Na vida um pé descalço,
Às vezes sem saber o que digo,
Esquecendo as minha notas,
Pelas ruas do percalço!...
Acolho pássaros da rua,
Gatos que me batem à porta,
Oiço lamentações de pessoas,
Numa confissão demais nua,
Dando-lhes a alma que os conforta,
Pela rotas de novas proas!...
Sou um navio sem destino,
Navegando contra a maré,
Procurando porto de abrigo,
Sou marujo desde menino,
Em viagens de marcha à ré,
Em frentes do que consigo!...
Vou mendigando o caminho,
Em pedras soltas da montanha,
Subindo ao cume da serra
E nela farei o meu ninho,
Nos ramos de árvore tamanha,
Dando por finda esta guerra!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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