INVEJA E PUDOR
INVEJA E PUDOR
Inveja!?... Inveja, é o que sentes
Naquilo que eu faço
E que tu não és capaz...
Simples servo, reles súbdito,
Armado em capataz;
É quereres ser, num extremo desejo,
Aquilo que escondes nesse teu pejo,
Criticando o meu sempre feito, ou dito,
Nessa tua triste figura de palhaço...
Quando te pensas superior, sabes que mentes!...
Iludes-te a ti próprio,
Seguidor errante do horoscópio,
Figurino de passarela,
Desfilando para quem julgas clientela,
Mas tão semelhante à tua figura...
Mentecapta, egoísta, cabeça-dura!
Pudor!... Pudor, é aquilo em que te escondes
Nessa tua irrisória falsidade
E sem nunca teres coragem na verdade...
Moço de recados, num palácio de condes!
... Mas seja o que sejas, cura essa inveja,
Esse mal que te destrói,
Todo esse veneno que te corrói,
Pois tudo o que invejas, te sirvo de bandeja...
Não invejes o que tenho,
Mas tenta ter mais que eu,
Pois, por tanto, ou mais tamanho,
Não foi ninguém que me o deu.
Essa tua inveja, esse teu pudor,
São minhas lágrimas, nalgum amor
Que nunca entenderás,
Ou sentimentos que jamais me darás...
Não tenho inveja do que me invejas,
Mas pena, no teu recato, o mal que me desejas!
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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