INFORTÚNIOS
INFORTÚNIOS
A vida, serão três tiros:
Um, de quem nos mata,
Outro, pelo que se morre,
Mais o disparado no escuro
E demais não me ocorre!...
O resto, são meros suspiros,
Que qualquer anda à cata,
Neste mundo sem futuro,
Por devaneios da vida
E sorte mais merecida.
A vida, é o Sol no obscuro,
Não mais que pé descalço
E por trilhos do percalço,
Marrada de corno duro,
Pedra caída no charco,
Rombo feito num barco,
Navegante sem embarco,
Ou criança pedindo colo,
Linha recta, sobre o solo,
Ou dobrada e feita arco…
A vida, é o tanto desejado,
Alucinação dos desgraçados,
Quantas vezes apedrejados
E por rumo não meditado…
E se os genitores meditassem,
Repensavam nos que nascem!
Entre a razão e os vaticínios,
Dobram-se os sinos da aldeia
E sem ninguém fazendo ideia,
Qual a razão dos infortúnios…
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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