IMORTALIDADE
IMORTALIDADE
Não sou imortal,
Nem sei se gostaria de enfrentar esse futuro...
Morrerei, livre e sonhador, na minha imortalidade!...
Um dia e quando já tarde, acordarei,
Nesse espaço do momento e recuarei...
Ao tempo em que tudo era possível e seguro
E desses tempos beberei saudade,
Sem que algum destino me seja fatal!...
Aí, sim, tocarei a imortalidade, sem o além,
Saberei, então, dar valor a outro alguém,
A todo o existente,
Às árvores, em meu redor e que sempre lá estiveram,
Mas tampouco as vi
E por conseguinte nunca lhes dei valor,
Ou com elas convivi!...
Ouvirei e entenderei os pássaros, os restantes animais
E tanto o demais!...
Será tudo um de repente,
Embora tudo com outro sabor,
Aqueles odores e que sempre me aguardaram,
Mas ao que me fiz desentendido
E cujo julgamento me é merecido!...
O cosmos, esse espaço imortal e belo,
Será a minha imortalidade e o selo!...
No meio destas notas, senão parvas,
Haverá quem as compreenda,
Mesmo que ao tempo obsoletas
E enquanto as escrevo como oferenda...
Serão pensamentos, frágeis larvas,
Naquela imortalidade das borboletas!...
Manuel Nunes Francisco ©®
- Imagem da net -
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.