H2O - ÁGUA
H2O - ÁGUA
Ai, quanta fonte de vida
E para outros a mortalha,
Torturada em desmedida
E sem nada que lhe valha!...
H2O e pelo baptismo água,
Berço de qualquer ser vivo,
Leito de rio e que desagua,
Por mares e de mais activo.
És a fronteira e os conflitos,
De nações e quanta história,
Promessas, aos mais aflitos
E pecadores sem memória.
És água, nome de lágrimas,
A frescura que lava o rosto,
Essência de quantas almas,
Brotada nalgum desgosto.
Palco de um teatro campal,
Mão dada de quanta dança,
Chuva, em dádiva celestial,
Sonho, por qual lembrança.
Lençol, a estendidas ondas,
Fazendo de coberta ao mar,
Carpete do local que rondas
E num sal que te vem beijar.
Água, tão destruidora força
E que nos pareces tão frágil,
Tens a beleza de uma corça,
Nalguma corrente mais ágil.
Moldas terra, temperas aço,
Apagas chamas da desgraça
E lavas campos, esse regaço,
Sem que haja uma mudança...
Deixam-te escoar na sarjeta
E sem qual dó, nem piedade,
Ou morres seca, numa valeta,
Sem que te oiçam a verdade...
E choras, em pena do mundo,
Remoendo no que te fazem,
Esquecendo que um segundo,
É o que nos resta de margem!...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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