GRATIDÃO
GRATIDÃO
Gratidão, a todos e quanto me atacam,
... Aos tantos e que de mais me adoram,
... Ou todos os demais que me odeiam,
... A todos, este imaculado agradecido!
De nada tenho que ficar triste, ofendido,
Só porque não remam no mesmo batel
E de minha arquitectura não são capitel,
Mas contente, por saber o quanto existo,
Que a meu parecer me entrego, persisto,
Pelo que o adverso seria de meu espanto,
Pois que é de tais iguarias o meu sustento.
Entrego-me a tantos e tanto me recordam,
... Tais que me fazem pensar na existência,
Pois penso e o cómodo é minha ausência!...
Nunca me deixando descair na sonolência,
Tampouco que minha seja a subserviência!
É deveras a minha gratidão aos que partem,
Mas que me são fiéis e ao meu pensamento;
São esses que me deixam, mas não desistem
No ficar a meu lado a qualquer momento...
( Manuel Nunes Francisco ©® )