GAIVOTA
GAIVOTA
Não chores, minha gaivota branca
E continua esse teu voo, sobre o mar,
Com o olhar prisioneiro da distância,
Nas profundas cores do arco-íris
E na consolável força da esperança.
Rasa as águas, que te viram nascer,
Sobre as quais aprendeste a voar,
Aterrando ao longo de areias, teu porto
E que, no seu calor, te deram conforto...
Gaivota, mostra-me a tua envergadura
E faz-me sonhar...
Deixa-me partir contigo,
Feito caravela, marinheiro, teu amigo
E quem, um dia, há-de voltar,
No embalo de uma lembrança...
Deixa que seja esse teu olhar, a tua íris,
A restante luz e antes do escurecer,
O teu vento, o mar e sua fragrância,
A divina e bem compassada dança,
No imenso palco de espuma salgada,
O mastro e teu par, que contigo balança,
Na suave melodia de uma onda chegada,
O doce descanso, nesta vida e tão dura,
O abrir de uma porta, no cair da tranca...
Confessa-me o segredo da tua liberdade
E conta-me histórias de saudade...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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