ESTRADA FORA
ESTRADA FORA
Serpenteia... desliza tudo tão rápido!
O asfalto da estrada e as suas beiras,
Esgueiram-se, como cobras pelo mato,
Luzidias, reflectindo toda a luz do Sol,
Que se vai escondendo, lá bem longe
E que nos deixa sós, entregues à noite,
Desprotegidos, em toda a soturnidade...
Além, espelham-se as luzes da cidade,
Nalgum céu e que também já teve luz,
Não fosse o avançar do tempo, tardio,
Por entre tais cores que a hora produz.
Os pássaros, quase que não se ouvem,
Pela hora de recolher, ao esconderijo,
No aconchego de algumas penas irmãs
E que sempre lá estarão pelas manhãs.
Tal como eles, para mais Sul me dirijo
E caso outros ventos não me chamem,
A que a vida urbana me cheira a bafio
E busca de outra telha que me acoite...
Cada vez mais, não sirvo para monge,
Nem as paredes são obras de meu rol
E que é da liberdade que estou ávido,
Em largas pelo campo, como um rato
E a tanto libertino, fazendo asneiras.
Escapa-se-me o tempo, pelos montes,
Planícies e vales, em busca de fontes,
Por serras, em que sopram os ventos...
E regresso, recordando os momentos!
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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