ESTE PORTUGAL
ESTE PORTUGAL
Ai, Portugal, Portugal,
Tão só te vais sentindo,
Enquanto teu povo, surreal,
No conforme e dormindo,
Se entrega às suas sortes,
Por quatro cantos do mundo,
Estrangulado por garrotes
E cada vez mais no fundo!
... Tal destino não merecias,
Pois que tua história é glória
E vives, agora, melancolias,
No escuro de outra história.
Tudo e que foi tal passado,
Vai sendo um esquecimento,
Um futuro mal tratado
E por ruas do lamento;
Neste período, tão letárgico,
Liberta-te desse destino,
Antes que seja mais trágico
E tanto que ainda és menino…
Não te deixes afundar,
Escolhe as armas, teus guerreiros
E com garra para lutar,
Escorraçando estes matreiros.
Que sejas luz no firmamento,
Orgulho dos filhos da Terra,
Paraíso com sustento
E paz por entre qual guerra…
Não te esqueças de Henriques,
Tal homem que te fez nascer,
Que neste canto nunca fiques,
Num espasmo de morrer,
Lembrando-te dos Conjurados
E que no silêncio lutaram,
Por teu povo glorificados
E no quanto se entregaram...
Que sejas agricultura de Dinis,
Poesia e sangue de Camões,
O que Álvares Pereira quis
E nunca covil de ladrões!...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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