ESTE CANTO À BEIRA-MAR
ESTE CANTO À BEIRA-MAR
Este paraíso, à beira-mar plantado,
Nem é preto e branco, nem a cores,
É um território pintado de cinzento,
Em que de cor só sustenta as dores,
Prisioneiro de um terrível lamento...
E, de preto, só se vestindo de luto,
De tremendo funeral a seu estatuto.
É céu, terreno, mar e amordaçado,
Num povo deveras acomodado
E que grita, aos céus, estar cansado...
É chulice de quantos nos exploram,
Nos vomitam, no pouco que temos,
Exclamando o quanto nos adoram,
Enquanto burros naquilo que demos.
Este canto é uma imagem latente,
Que só abrirá os olhos, de repente
E quando mais nada houver a fazer...
E sonhando, neste doentio prazer!
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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