DEI-ME E AQUI ME TÊM
DEI-ME E AQUI ME TÊM
Dei-me, na razão mais ingénua,
Entreguei-me, por aventura,
De uma forma um tanto nua,
Ou mesmo demais madura...
Dei-me ao improviso,
No pretérito e perfeito,
Naquilo que era preciso,
No imperfeito do pretérito...
Entreguei-me sem preconceitos,
Como criança sem pecados,
Deixei-me ir nos conceitos
E sem ouvir quaisquer recados...
Dei-me e aqui me têm,
Não criança, mas adulto,
Recebendo os que a mim vêm,
Por causas e não por culto...
Sou eu e não pastor,
Sem pretensões de rebanho,
Piso o meu palco de actor
E de argumento tamanho...
Afastem-se os bem-parecidos,
Rasgados sorrisos que mentem,
Tais de mim não são merecidos,
Idealizando eu o que sentem...
Dei-me, a quem meu espectador,
Entreguei-me, não dando bilhetes,
Tragam-me paz, na minha dor,
Mas nunca sejam marionetes!...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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