COSTA LUSITANA...
COSTA LUSITANA...
As ondas chegam e partem,
Sem que de tanto bater se fartem,
Em nuvens de tempestade
E contra as rochas se partem,
Pelas areias ficando a espuma...
As gaivotas pipilam de emoção,
Sobrevoando a falésia em aflição!...
Aguarda-se o timoneiro ao leme,
Enquanto as águas baloiçam,
Sentindo-se lágrimas salgadas,
Gente pobre e de mãos dadas...
Vê-se a tristeza de quem geme,
De um mar que não se arruma,
Neste reboliço e tal ansiedade,
Vozes calmas, pra que não oiçam,
Mais que nunca de mãos atadas...
Pobres gentes, de malfadadas!...
Paira um nevoeiro sobre a costa,
Linda imagem, para quem gosta,
Nessa turbulência de qual destino
E o vulgo adora, feito de anjinho,
Chorando, desde tenro menino,
A igual passarada no seu ninho,
Numa chilreada em que sofrem...
Amargurado areal e povo lusitano,
Olhando, ao longe, o belo oceano!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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