CARTADAS DO TEMPO
CARTADAS DO TEMPO
Sentei-me naquele banco de cimento,
Rude e um quanto tosco, de um jardim...
E fixei dois idosos, olhando para mim,
Dizendo passar o tempo, nas cartadas,
– Mas é o tempo que tal passa por eles! –,
Num jogo feito à mesa de certo canto,
Em agradável despique e sentimento,
Aquela forma de viver noutro encanto,
Que me deixou prisioneiro no tempo,
Pois assim ficou, inerte, nesse campo
E, portanto, tanto meu e não só deles!...
Saboreei, de longe, todo o divino jogo,
Em repetidas vezes tais cartas lançadas,
Na frescura de uma sombra e desafogo!...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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