AQUELAS ASAS QUE ESVOAÇAM...
AQUELAS ASAS QUE ESVOAÇAM...
As aves esvoaçam e seguem distâncias,
O tempo pára, enquanto as horas seguem
E somam-se, àquelas que nunca pararam,
Correndo fugazes e sem olhar a ignorâncias...
Os pássaros batem as asas e nada temem,
Pois são divinamente livres e sonham...
Idilizam, um dia, alcançarem os objectivos,
Neste mundo e de seus singelos motivos,
Sabendo que a vida é não andarem perdidos...
E assim seguem, voando e descontraídos!...
Pessoas, sentadas, simplesmente morrem,
Aquecem a pedra na qual se sentam
E juntam dores àquelas que alimentam,
Enchendo o fosso de que tanto sofrem!...
As asas sobem e descem, oscilando no firmamento,
Transportando-nos com elas,
Seguindo-as nesse soberbo alinhamento
E curando-nos de quantas mazelas...
Como é belo o Universo, tal berço em desperdício,
Cujo homem tão maltrata,
A si próprio se mata,
Em tal loucura e do pior hospício!...
Estudo quantos bicos me indagam,
Me olham e fogem de mim,
Nada precisando que mais digam...
Pois, o bicho humano é mesmo assim,
Maldoso, terrível e destruidor,
Pelo que peço perdão, lavando a minha dor!...
Sinto o bater, a brisa das suas asas,
Enquanto, em câmara lenta, se afastam,
Nas mais ternas acrobacias e tão rasas,
Que, na sua liberdade, as invejo e me testam...
Assim partem, enquanto as suas asas me dizem adeus...
Talvez, no seu regresso, ainda cá esteja... e sabe Deus!
Manuel Nunes Francisco ©®
- Imagem da net -
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