ANO DE RENÚNCIA
ANO DE RENÚNCIA
Neste ano, recém-nado, quero renunciar...
Sofrer, ao lado de quantos semelhantes,
Renunciar a quantas hipocrisias,
Saborear o amargo de tantas agonias,
Quero ser perdoado e condenar
Quantos não passam de mutantes!...
Quero afastar-me de ignorantes,
Gente que anda no mundo e por andar,
Sempre de ideias vacilantes,
Ao volante de quem as comandar!...
Este ano quero nascer de novo,
Ensinar o que tudo tenho aprendido,
Sacudir, acordar este adormecido povo,
Por tudo o que tem sido fodido!...
Este ano e mais um, de confrontos,
Quero entender ao que ando,
Não fazer parte de outros tontos,
Não embarcar em quantos contos,
Renunciar a qualquer mando,
De políticos e seus corruptos adjuntos!...
Quero seguir as estrelas, o Universo,
Concreto e absoluto,
Afastar-me de toda a trampa deste mundo,
Beber ideias férteis do cosmos,
Que por este lado tudo é perverso,
Vestido do mais negro luto,
Pelo pensamento mais infecundo,
Provando o quanto egoístas somos!...
Quero, finalmente, acordar,
Bocejar e, ao que me rodeia, olhar,
De espada em riste avançar,
Limpar o meu cu a quem me tentar cagar,
Partir para viagens que nunca ousei,
Seguindo caminhos que tanto sonhei...
Quero sentar-me ao teu lado,
Ser simples, mas de meu agrado!
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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