ANDORINHA, QUE GOSTARIA DE SER...
ANDORINHA, QUE GOSTARIA DE SER...
Sou, simplesmente, como as andorinhas,
Parto, numa configurada rota, mero destino,
Prisioneiro de horizontes e loucuras minhas
E em busca do mais sonhado hino...
Deslizo ao sabor do mais soprado vento,
Frio, quente, ou mesmo que tempestuoso,
Na busca do desconhecido, fuga a qual lamento,
Ou ditadas regras, por qual documento sinuoso...
Bato as asas, expandidas e planando,
Livre, numa soberba viagem sem fim,
Bem no alto, orgulhoso e tudo olhando,
Enquanto outros observam e invejosos de mim...
Chilreio, faço piruetas e voos esquisitos,
Rápidos e demonstrações aguerridas,
Talvez que procurando ditos e mexericos
E pelo meio de tantas intrigas desmedidas...
Que fazer, quando tudo parece ser meu,
Sabendo quantos recantos tem o mundo,
Desfrutando tudo o que a Mãe Natureza me deu
E brincando, num voo raso, ou profundo?!...
Que culpa tenho eu, se outros não querem viver,
Mesmo que saibam ter uma só vida,
Esperando pela morte, à beira de enlouquecer
E sem visão, mesmo pelo pôr-do-sol da partida?!...
Sou, orgulhosamente, uma qualquer andorinha,
Invejada, talvez que demais sozinha,
Num desafio da vida e de tanto minha
E sem me preocupar ao que o futuro adivinha...
Portanto, vou sobrevoando os horizontes,
Lutando contra todas as intempéries,
Descendo aos vales e subindo sobre os montes,
Rodando o meu filme, visionando as melhores séries...
E olhando o Sol, deslizando ao longo dos céus,
Tentando alcançar as nuvens, sejam de que cor,
Sem preocupações de juízos, fazendo parte dos réus
E alcançando a vida, no seu máximo esplendor!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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