AI, O AMOR!...
AI, O AMOR!...
Ai, o amor, essa sensação de ardor,
Esse chamamento e quanto eterno,
Que nos flameja, em tal esplendor
E mais que chamas de qual inferno!...
Nos devora e numa tal sofreguidão,
Nos dilata, ou derrete sentimentos,
Nos clama a perder qualquer razão,
Afogados em oceânicos momentos...
Ai, o amor, haja quem compreenda
Toda essa força, nesse seu rebentar,
Haja cordas, amarras, que o prenda,
Para ficar e sem saber como amarar!...
Amor, amor, quanto mais que amor,
É saber não esticar demais a corda,
Prendê-lo em ternos laços e primor,
É amar tudo o que outro não acorda...
Amando esse alguém na plenitude,
Na mais perfeita simbiose do saber,
Desculpar as fraquezas e tal atitude,
Por sabores que a vida tão oferecer!...
Amor, não é só amor, é o saber amar,
É não criar, pelo caminho, qual vazio,
É saber dar e receber, saber perdoar,
Navegando as ondas e no pior navio;
Saber acender uma luz na escuridão,
Na débil cera de círio e ténue pavio,
Deixando para trás quanta confusão
E semeando o amor por chão bravio...
Amor, a suave luz de antigo castiçal,
Iluminando memórias dum passado,
Nos cândidos momentos de serviçal,
Penumbras, no perpétuo recordado!...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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