ÁGUAS DA NAÇÃO
ÁGUAS DA NAÇÃO
Águas que pingam, águas que correm...
Ai, estas águas de mentes poluídas!
Estendem-se pelo solo, bem horizontal,
Para que lhes possam passar por cima.
Qualquer um destes dias, morrem
E já sem que forças sentidas,
Desfalecendo aqui, ou mais acima,
Pouco importando, quando tudo já é igual.
São águas, simplesmente envenenadas,
Tantas as fossas e línguas contaminadas...
Fedem, estas, nos arrotos que vão dando,
Nas promessas e peidos, que vão soprando...
Regurgitam as fezes que comem, uns dos outros,
Num refogado de louros e ensopados.
Pobre daquele, não passando de um desgraçado,
Povo, já sem voz e sempre mal-amado
E que come nos restos das intrigas, disfarçadas,
No passar dos dias e horas amarguradas...
Pingam as águas, engordando rios canalizados,
Enchendo mares, açudes e demais estancados...
Soltem-se as águas, deixem-se fluir as represas,
Os direitos e pensamentos, as mentes presas
E chapinhem, gritem, saltem, como crianças,
Brincando de alegria, por parques de abastanças.
Águas que pingam, em tempestades que chovem,
Matando os parasitas, lavando pedras que movem...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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