ADORÁVEL MUNDO NOVO
ADORÁVEL MUNDO NOVO
Que triste e miserável, mundo este!...
Falta de dignidade e numa transversal,
Seja qual for o poder, ou o grupo social,
Sendo tudo massa da mesma betoneira,
Misturadora ferrugenta e a tantas igual,
Que vai rodando, ruidosa e tão parcial...
Que corrosiva situação tal, devastadora,
Vivendo na mais devassa, enganadora,
Promiscuidade e consciência demente.
Em minha revolta, nesta minha asfixia,
Tento entender esta fecunda ataraxia,
A lacuna de líderes e se ainda existem,
Pois que tais candidatos logo desistem,
Não querendo ser parte dos farsantes,
Políticos dos mais variados quadrantes
E as triviais personagens que resistem,
Adicionadas como pessoas não gratas,
À cor do lápis azul de cabeças ingratas,
Subservientes intelectuais e parasitas,
Que pouco mais fazem que polir botas
Àqueles que os aconchegam e benzem...
São benzeduras diárias, ornamentadas
E paralisantes de individuais pensares,
Provocantes de choros e a tais esgares
E que me leva a pensar se sou palhaço,
Ou simples molde de cera, sem espaço.
Que miserável e adorável mundo novo,
Em que o nobre come a mente do povo...
Não florescem novidades, mas enganos,
Cada dia que passa e ao longo dos anos,
Emergindo os corruptos e qual vigarista,
Como cogumelos, por prado verdejante,
Envenenando o mais descuidado viajante,
Iludido nas belas cores dum fungo artista...
Mas queremos crer ser este o tal paraíso,
A que um novo despertar não é preciso...
Pobre mundo, a quem a Natureza o deu!
... Um tal herdeiro, que nunca o mereceu!
Neste ruidoso abrir e suave cerrar portas,
Vamos vivendo o conforto da pasmaceira...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( francisfotoPROfimagens )
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.