A MINHA GERAÇÃO
A MINHA GERAÇÃO
A minha geração já é árvore que seca,
Olhando o horizonte em sol-posto,
Numa terra que tanto lhe peca,
Com um tronco de tão suposto!...
É sólida geração e de tamanha luta,
Concreta passagem de convulsões,
Acorrentada ao legado que disputa
E certo transbordar de desilusões!...
Límpida geração de controvérsia,
Sobrevivente de fortes emoções,
Obreira da quanta e sua fantasia,
Entretanto exonerada de funções!...
Ah, interminável querela de gerações,
Por campos de ambas e demais pisados,
Em que uma se blasona de soluções,
Ao que a outra lhe são os olhos vendados!...
Porém, tal geração já vem do profundo,
Viu, aprendeu e à procedente ensinou,
Conseguiu fender caminhos ao mundo
E arar terras em que a outra germinou!...
Pena, que a minha geração comece a findar,
Vendo o ocaso em cores de certo cinzento,
Não por desconhecer os tons com que lidar,
Mas porque a hora é o tempo do momento!...
Novas gerações virão, todas elas partirão
E sempre defendendo as suas opiniões...
Porém, compreenderem-se, poucos o saberão,
Sobrando mais os conflitos que as razões!...
Bem-hajas, abençoada geração de oiro,
Aplausos, por tanto aquilo que elevaste,
Vade retro quanto e qualquer agoiro,
Seja de monumento o que me ensinaste!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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