Tenho ciúmes do teu corpo, Das estradas e ruas em que andas, Das areias nas quais te deitas, Dessas águas em cujas te banhas, Das ondas em que te enrolas, De quanto e tanto me deleitas, Desses olhos quentes como chamas, Até mesmo das tuas manhas!... Tenho ciúmes de um qualquer copo, Cujo acaricia esses teus lábios, Por essa tão manhosa boca E que sem vergonha me provoca!... Tenho ciúmes dos teus jeitos sábios, De uma tal riqueza, mas um tanto esmolas... Esmolas, no quanto gostaria de receber E naquela falta de coragem em te dizer!... Tenho ciúmes dessas tuas mantas, Cujas te envolvem em calor... Tenho ciúmes de tudo e de todos, meu amor, Da tua provocação, com a qual me encantas!...
O passado já se foi e nunca mais voltará, O presente não me será condescendente, O futuro virá, sem que o chame, de repente E nas dores de cabeça que, até lá, me dará!...
Tudo foi, é e será o tanto aquilo merecido, Ou talvez, de melhor visto, não tanto assim, Pois, quantas vezes, tudo tropeçou em mim, Tanto na escuridão, ou qual dia enegrecido!...
O túnel sempre foi grande e os pavios curtos, A luz, ao fundo, essa apagava-se de repente, Sem compaixão dos tombos, demais abruptos...
Agora, que estou de saída, de pouco interessa!... Relembro as passadas, cujas tenho em mente E sigo nas calmas, olhando à volta, sem pressa!...