Desejos no Novo Ano...
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INACREDITÁVEL SAPIÊNCIA NATALÍCIA...
É inacreditável a sapiência natalícia e humana!...
Nessa sua suposta inteligência, são tão estúpidos!...
Tão ignorantes, que acreditam na sua própria estupidez!...
Hipócritas, ao ponto de acreditarem num ano de um dia,
Porquanto os demais existentes são quão de absurdo!...
Neste singular momento passam-se por imaculados,
Peculiarmente crentes na sua maravilhosa bondade,
À percepção de gente com fome e por diversos cantos,
Num repentino despertar à imagem de tais desgraçados,
Neste encomendado dia, agarrando-se a falsos prantos,
Renascidos de anuais profetas de inacreditável maldade
E na mais inimaginável corrida ao prémio dos estafermos,
Agora lembrando-se da tal camuflada e universal miséria,
Das guerras, amigos e família, do sofrimento dos enfermos,
Durante dias, semanas e meses do ano, sempre esquecidos,
Tapando um ouvido, enquanto o outro sempre foi surdo!...
Neste particular dia do ano, mostram a sua avidez e altivez,
Entretanto vendendo abençoada humildade e face séria,
Demonstrando a sua falsidade e demasiado mundana!...
Esta noite e par dia de fartura, visam-se os miseráveis
E agora seres humanos, com necessidades e tremenda fome,
Enquanto passados e dias vindouros não serão questionáveis...
No entanto, não se limitam a dividir a supérflua abundância,
Mas, no mais consumado esbanjar, provam a sua arrogância
E nada distribuindo por quem, em tal fome, pouco dorme,
Preferindo engalanar falsas lágrimas de crocodilo
E escondendo o excesso, naquela visão de esquilo!...
É inacreditável aquilo que a ruidosa religião construiu,
Incutiu pela menta tacanha e mesquinha de certa gente,
Servindo-se do abstracto, cuja tal cegueira distribuiu,
Aos crentes, batendo com a mão no peito num repente,
Acreditando nas suas bondades de provado fútil valor,
Por quanto tal dia nada mais vale que a substancial fantasia
E ser este a ilusão de perdão por qual suposto redentor!...
Assim, dou vivas a um eterno Natal, o qual não seja pontual...
Sem guerras, nem ódios, ganâncias, todos os dias por igual!...
Manuel Nunes Francisco ©®
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.
REFLEXÃO NATALÍCIA...
O Natal é uma criação da hipocrisia,
Do homem, numa quanta estupidez,
Supérflua e ridícula celebração anual,
A impostura na limpeza dos pecados!...
É um interesse económico descarado
E alimentando quem já de tanto tem,
A exploração da fraqueza de alguém,
Consumindo num dia as faltas do ano!...
Lavam-se as mentes, de tanta maldade
E tamanho arraste por um ano inteiro,
Pairando as guerras e de aberta fome,
Violações de direitos e necessidades!...
O Natal deve a existência ao dia-a-dia
E nunca a vicissitudes de singular vez,
A gula, cuja tempo após é quão banal,
Ou vaidade duns tantos empertigados!...
Deverá ser reflexão a tanto desgraçado,
Quem, com trocos contados ao que vem,
Espalhado pelo mundo e por seu refém,
Sem qualquer sustento, ou sequer pano!...
O Natal é quando o homem for verdade,
Na humildade e sem a força do dinheiro,
Na lucidez a quem pela fome não dorme,
Pura visão a tal fossa de contrariedades!...
Manuel Nunes Francisco ©®
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.
SONHOS...
Sigo os meus sonhos,
Por mais que me tentem fugir,
Ternos, merecidos, ou medonhos,
Até mesmo quando a dormir!...
Porém, tento sempre ultrapassá-los,
Por tanto que me mostrem travão,
Eles nunca me serão vassalos,
Mas eu acelero-os por minha mão!...
E tu, o que tens andado a seguir?...
Os caminhos da vida que tens,
Prisioneiro dos anos e desilusões,
No trilho do final que susténs,
Chave na mão para partir
E receio de outros brasões?!...
Acorda e segue os sonhos, qualquer teu,
O quanto já deverias ter feito,
Não andando na vida de qualquer jeito,
Embora nunca tarde para começar,
Ao que a vida comum é breve,
Não te deixes ultrapassar,
Pois que esse fosso a ti nada deve...
Anda, sonha, sai desse escuro como breu
E deixa-te de monotonias da vida,
Sendo esta mais curta que comprida!...
Assim, sigo os meus sonhos lado a lado
E na pena de um qualquer não alcançado!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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SAUDADES...
Tenho saudades daqueles tempos,
Daquelas escapadelas de Verão,
Dos recantos e dos seus momentos,
De tamanhas loucuras pelos campos
E lugares escondidos como claustros...
Saudades das noites e dos encontros,
Das loucas peripécias que já lá vão,
Desses tempos que tivemos juntos!...
Tenho saudades dos ternos abraços
E das mágoas afogadas em beijos,
Dos espaços que nos foram desejos,
De todos os receios, não tão escassos,
De idílicos prazeres junto ao mar
E de quanto nos era chama de amar!...
Saudades de quanto o prometido,
Atravessando a distante planura,
Fazendo planos de poético sentido
E cruzando os olhares com ternura!...
Afogo-me por tamanhas saudades,
Sem saber qual futuro iremos ter,
Neste presente de contrariedades,
E dia-a-dia de ansiedade,
Na constante incógnita do acontecer,
Enquanto o tempo faz jus à velocidade!...
Tenho saudades desses tempos passados,
Cujos tanto recordo e não mais voltaram...
Ah, como tenho saudades desse pretérito,
Horas, minutos, até segundos abençoados,
Das loucuras, que nova esperança esperam,
Por semelhante futuro e por certo mérito!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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A INVEJA, ESSA INVEJA!...
Ah, a inveja, essa inveja!...
A inveja é presunção fanática,
De tão podre e maquiavélica,
É a raiva de quem mais deseja,
Ter do não ter, naquilo que queria,
É ver-se ao espelho, olhando alguém
E sentir-se um zé-ninguém,
Desejando a si o que vê nos outros,
Pelo que reles imagem e tão fria,
Por tal doentia inveja de loucos!...
E assim desfalece, aos poucos,
Denegrindo-se nessa imagem,
Roído de inveja ao que outros conseguem,
Num seu reflexo e falta de coragem,
Chafurdando na sua cloaca de porcos
E pela jabardice de quantos igual fedem,
Grunhindo opiniões sem pés nem cabeça,
Numa inveja e cuja só qual cerdo ofereça!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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NINHO DE VÍBORAS... II
Vivemos num ninho de víboras,
Circundados por criaturas falsas,
Desde o acordar, até altas horas,
Engraxadoras, num polir as costas
E sorrindo a quem, mas de presilha,
Tanto, tendo a maldade como filha,
Degustando tal impostura às postas,
Pérfidas, pelo Universo dispersas...
Compondo a ementa, somos o veneno,
Pactuando do mesmo atrás do sucesso,
Desse ninho e cujo não é tão pequeno,
Esperando, em troca, certo progresso!...
Somos parte das cobras e tal sabendo,
Sempre que rastejarmos ao seu lado,
Injectados e pelo canto adormecendo,
Submissos, musicando de igual fado!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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O BICHO-HOMEM...
Da perfeição da Natureza, eis que nasce a imperfeição!...
No meio de tantos animais,
Surge aquele dos mais banais,
Hipócrita, falso, invejoso e iludindo-se na razão,
Estúpido, senhor do mais genuíno e fraco ser,
Sempre semeando a confusão
E no seu mais reles pensado ver!...
Diz-se construtor de uma sociedade,
Mentor da mais qualificada filosofia,
Embora verdugo de quanta maldade,
Por erros do seu dia-a-dia,
Semeando palavras ao vento da falsidade!...
Demolidor da mais completa perfeição,
Do seu próprio ninho, como nenhum outro,
Vangloria-se, o bicho-homem,
Dono de sabedoria, para os que dormem,
Pois que os despertos são desencontro,
Dessa arrogância e desilusão!...
Pobre bicho, homem cavando a sepultura,
Embrulhando-se na sua arrastada vaidade,
Desde os tempos e cuja a humanidade dura,
Que não acorda, tampouco se reconhece,
Chafurdando na sua pocilga de traição,
Como bicho-homem e cujo nome tanto merece!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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