Estou, por aqui, em pensamentos, A fazer uma viagem pelo pretérito, Recolhendo quanto desse passado, Tempos nos quais havia moral, Lutas pela vida, pela liberdade, Em que era fundamental a verdade, Símbolos de tamanho mérito, Naquilo a designado respeito E sem procedentes de igual!... Criam-se-me rios de tristeza, Afunda-se qual vontade de seguir, Nesta minha barca, de tal dureza, Por mares e em cujos navego desamparado, De remos partidos e sem qualquer rumo, Sem saber se seria melhor desistir E ficar por porto malfadado, Onde embarca gente feita gado, Carnes, sem resistência, de consumo!... Adormeço em soluços de reflexão, Acordo em lutas de explosão, Deitado em enxerga de acomodados E sem esperança de fiéis soldados!... Olho ao longe, neste tão perto, Descortinando leitos de lembrança, Por entre nascentes de confiança, Sentindo o tempo de encoberto, Por tal nevoeiro, cada vez mais presente, Neste bosque de flora demais esquecida, Sem qualquer perspectiva de vida E presságio a tempestades de repente... Tenho saudades desses momentos, Tristeza deste mundo, Com todo o humanismo a bater no fundo E tal Universo a ficar desfeito!...
São caminhos que percorro, Misturado com outros mais, Naquele silêncio abrasador, Entre cruzares de certos ais, Cada qual numa sua dor, Como se pedindo socorro, Uns pensando no que não fizeram, Em quantos arrependimentos, Outros naquilo que tal tiveram E, agora, nuns reais lamentos!... São caminhos, cujos desbravo E sem sequer saber o destino, De mim, tão manso, feito bravo, Trilhos meus, de tenro menino!... Porém, não me sigam, Pois posso andar perdido, Recusando o quer que digam E sem me dar por vencido!...