IGNORÂNCIA E SILÊNCIO...
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O SILÊNCIO DOS LOBOS
Seja um lobo, não importa se solitário,
Tão-pouco se o alfa da alcateia,
Mas defenda o seu poder de líder,
Respondendo no máximo silêncio,
Sempre que precise de gritar,
Mantendo a calma com quem não a use,
Sem medo que a use e abuse
E, assim, dará provas do seu poder,
De quanto superior e mais saber,
Que aqueles que o dizem ter!...
Use o silêncio como resposta de herói,
A quantos se julgam num qual altar,
Tal resposta não mata, mas mói,
Como pedra no sapato, cuja rói
E, ao fim de tempos, lhes dói!...
No seu silêncio, seja um lobo,
Pois que os lobos não gritam,
Formulam, no seu silêncio, a ideia,
O avanço para o ataque primário,
Chamando quem quer que seja de bobo,
Enquanto alguém estudam e fitam
E no mais destemido prenúncio!...
Só os poderosos se calam e esperam,
Não uivam, na sua genuína postura,
No silêncio e para certo mal a cura,
Do conhecimento de saber esperar
E, naquele momento certo, atacar!...
Com silêncio responda aos gritos,
Nessa voz que os silêncios esmeram
E não se deixando levar por mitos,
Dos muitos e de quais se arrependa,
Aguardando o tempo, como prenda
E no silêncio de tanto necessário...
Não se arrependa do silêncio, mas das palavras
E nalgum tom demais ordinário,
Aquelas, o quão soltas, nalgumas horas bravas!...
Use um sorriso, porém, real,
Utilize o olhar, talvez um abraço,
Qualquer outra forma, evitando responder,
Não sempre, mas no silêncio do momento,
Para que se torne a mais poderosa resposta,
No mais poderoso sentimento,
Certeira refutação e cuja faz sofrer,
A quantos nos anseiam a rastejar
E por óbvio que nos seja o cansaço...
A todos esses, o silêncio deve ser total,
Como jogo ganho e mais perfeita aposta
E, nesse silêncio, sê lobo, dando a pata a beijar!...
Manuel Nunes Francisco ©®
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.
INEXPLICÁVEL PRAZER...
Haja quem não tenha momentos negativos,
Aqueles dias, cujos nos são imperativos!...
Porém, sempre que me sinto em baixo,
Monto um dos meus cavalos de ferro
E saio para a estrada, não como louco,
Mas nas calmas que o mundo promete,
Apanhando, de frente, o afável vento,
Passando-me pelo corpo, como ópio,
Criando à volta um outro cenário,
Num estonteante caleidoscópio,
Rasgando, ou não, o escuro do alcatrão,
Não o cinzento da poeira, mais ao lado,
De ambos os lados da estrada,
Sentindo o bater, algo frustrante, de um pobre insecto,
Ficando numa lástima mortal, da sua já parca vida,
Esborrachando-se de encontro ao meu corcel,
Deste meu carrossel e em que me distraio,
Como nos meus velhos tempos de catraio,
Numa tal tela, pintura de fresco pincel,
Nesta minha tão desafiante corrida,
Com as árvores a afastarem-se em contrário,
Desafiando qualquer hora malfadada,
Esquecendo qual pensamento do meu fado,
De meu corpo, o mais possível de erecto,
Sentado num tanto negro selim,
Mas tão colorido, pelo menos parece assim
E avanço, em sonhos, nunca por frete,
Mas naquele sabor, cujo me sabe a pouco,
Na busca do mais profético serro,
Na mais perfeita paisagem em que me encaixo,
Separando-me do prematuro pensamento,
Criando sorrisos neste meu pedinte coração,
Num aconchego de deslumbre e felicidade,
Por esta minha já um tanto avançada idade...
Observo os vales, pelo alto das serranias,
Absorvo a calma das sombras das planuras,
No relaxante das suas soberbas melancolias,
Deixando-me levar no olhar a aves nas alturas,
Paro junto às barragens e na visão de um rio,
Dos lagos, charcas paradas em meses de Estio,
Recosto-me num banco de um qualquer jardim
E penso, enquanto vejo quem não me vê a mim...
Depois, fecho o círculo, pelo ponto de partida
E, aí, calmo, reflicto neste inexplicável prazer,
Recordando as fragrâncias por onde passei,
Curvas, rectas e lombas, assim como o horizonte,
Desta forma de vida, com a natureza repartida,
Pura e tamanha liberdade, qual frescura de fonte
E corrente, saciando a sede, por tempos de lazer,
Sem haver explicação, tal não posso, tampouco sei!...
Manuel Nunes Francisco ©®
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.
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