Todos nós, transeuntes da sociedade, temos muito para vender, Porém, talvez não tanto para comprar... Ofereço-te um ABRAÇO!... E, assim, tal considero um bom negócio, Já que meu nascer possa ter sido o oposto, Ao que ninguém questionou o meu gosto, Se nato para as intempéries da vida, ou para o ócio!... Para alguém em especial, o ABRAÇO foi único, Pois ambos vendemos horas da nossa vida, Como se flores, em banca de pouco espaço E comprando espinhos para celebrar... São compras e vendas, a contínuo suceder, Desde o sol-nado, ao Sol por despedida, Em trocos da vida, nalgum lucro antagónico!...
Quem não tem medo de ficar velho antes do tempo!?... Dúvidas se colocaram e no que alguém o questionou!... Porém, assim respondo, por quanta certeza que dou: Antes do tempo, dependendo do tempo considerado E não daquele que ilusoriamente pretendemos... Acreditem, não tenho medo, só que no tempo certo!... Naquele tempo, somente o qual a vida nos brindou E cuja nos foi abençoada, declarada num recado, Mesmo naquela que nunca sequer entendemos E dela afastada, enquanto essa tão por perto, Naquilo em que carinhosamente nos abraçou, Outras vezes pelo quanto nos abandonou, Mas ao que nunca houve coragem a compreender, Diluindo-se na paisagem, como ave que esvoaçou, Numa viagem profunda e derradeiro acontecer, Mostrando que o tempo não passa de passatempo!...
Ai, pena que tanto tenho, Deste povo adormecido, Que passa a vida à janela, Olhando sonhos prometidos, Nalgum sono vencido, Sem nada colocado à mesa, Sequer fervura na panela E cardápio esquecido!... Gente, de fervor tacanho, Acomodada ao seu destino, Candeia a futuro merecido, Apagados pavios adquiridos, Escola de quanta certa defesa E vasculhando, em pio fino!... Ai, imensa dor que me dão, Tais seres, naquilo que são, Almas de cabrestos e contentes, Sem garra, nem de repentes E que os façam acordar!... Triste gente, sem volta a dar!