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Ser artista, é fazer da vida aquilo que ela não é, nem nunca será; é criar alegria, mesmo que a sua vida não o permita, fazendo das tripas coração, pois que o espectáculo tem que continuar; é saber regar mentes, mesmo que estas não sejam férteis, no mais agreste universo em que vivam... Ser artista, é ser diferente, sem que haja explicação, mesmo sendo igual, reconhecendo todos como irmãos, umas vezes sorrindo, outras chorando!🎭
Manuel Nunes Francisco ©®
QUEM ME DERA SER O FADO
Quem me dera ser o fado,
A voz da melhor garganta,
Força saída de puro peito,
Cantado num melhor jeito,
O doce timbre que encanta
E deste povo ser o recado!...
Quem me dera ser guitarra
E mãos de quem sabe tocar,
Para fazer vibrar tais cordas,
Na maior chamada de garra,
Aconchego de quem chorar
E naquilo que tanto acordas!...
Quem me dera ser a escrita,
Do fado que gostava de ser,
Essa letra de gente que grita,
Que acorda num adormecer,
Perro, sem ondas de pensar,
Por tanto esse seu malfadar!...
Quem me dera ser fado e o brilho,
Caixa ressonante, cordas afinadas
E deste país ser tal merecido filho,
Pai de demais felizes desgarradas...
Ai, quem me dera ser fado do fado
E cantada revolta por todo o lado!...
Manuel Nunes Francisco ©®
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.
CHORAI, POETAS...
Chorai, poetas desta nação,
Gargantas de qualquer fadista!...
Chorai, que tendes razão,
Por tanta gente fatalista!...
Chorai, por tal país desmembrado,
Pelos chacais que o tomaram!...
Chorai, povo de tão desgraçado,
Em quanto demais vos tiraram!...
Transbordem os rios com lágrimas,
Nascentes dos vossos olhos,
Correntes de sangrentas rimas...
Dos poetas e fadistas, que choram,
Carregando, às costas, molhos,
Das tristezas que nunca se foram!...
Manuel Nunes Francisco ©®
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.
MEU RELÓGIO DE PAREDE...
Cuidamos um do outro,
O meu relógio de mim,
Enquanto eu desse relógio...
Numa gratidão que mostro,
Ele dando horas sem fim,
Neste simbiótico refúgio !...
Eu dou-lhe de comer,
Ele anuncia a minha hora,
Até mesmo a de lazer,
Seja de dia, ou noite fora...
Se um dia nada lhe darei,
Então, nada dele irão ouvir,
No surdo silêncio que advir...
E eu... Eu já cá não estarei!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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